sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Hoje eu posto aqui a minha poesia que foi premiada em quinto lugar no "1º Prêmio Proex de Literatura" promovido pela Universidade Federal do Pará em âmbito estadual.
Agradecimentos sinceros à Nicolly Maia e Thiago Moreira pela presença à cerimônia de premiação.

Modernidade

Quando morrem os sonhos,
Morrem os poetas.
Queimam-se as folhas,
Cinzeia o livro.
Tira-se uma parte,
Desfaz-se o todo.
Estanca a nascente,
Dissipa-se o rio.
Pois é de chuva que se faz o inverno.
E é por ouro que se faz caridade.
Assim o Amor - invenção da dor -
Antonimia a Morte, astúcia do Tempo.
Assim a cor, ilusão da luz,
Cria razões aos que sentimentam.
Assim a inveja, arma dos fracos,
Destrói o amor e a honra e a dignidade.
Acabam-se a lucidez, a compaixão e a sensibilidade.
Esvai-se a Paz.
Vive o homem.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Primeiramente desculpem pela não-postagem da semana que passou.
Motivos de força maior.


Cotidiano

Porque somes?
Você sabe o quanto eu sou orgulhoso.
Porque você some?
Sabendo que eu sou e fui cafajeste.
Toda a vizinhança sabe que você sumiu.
A fila da padaria sabe que você sumiu.
O mendigo desconfia... Você sumiu.
E não que te conheçam. Não que me conheçam;
Esses bichos sensíveis à mudança, seres cotidianos que são.
Corriqueiros como pães quentes;
Corriqueiros tal qual o meu sorriso;
Cotidianos como a chuva.
Sistema simultâneo; incorrigível; repetidor.
E não que te conheçam. Não que me conheçam.
Não que a padaria tenha fechado.
Mas hoje, pelo segundo dia, não choveu.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Devaneio

Não sou nem me criei parvo
Mas se no rosto carrego a idiotice desse tempo,
Não há no mundo homem capaz de redimir pecados,
Talvez com atos, porém nunca com palavras.

E nessas frases embebidas em álcool,
Discursadas em pensamento, sussurradas em folha,
N’um grito retido de “sobre o que há de fazer?”;
Tudo um refino do meu alambique de idéias.

De certo que não é entre paredes de concreto
Que unicamente hei de encontrar respostas,
Nem mesmo junto a cruzes ou madeira qualquer.
Basta-me o pensamento direcionado qual intrépido.

Mas guarde as frases embebidas em álcool
Por sobre as coisas, mas não os pensamentos.
Rabisque dedicatórias, compre um jornal qualquer.
Comente um livro, mas nunca um verso.