sábado, 27 de março de 2010

Eu me apaixonei pelos olhos dela

Eu me apaixonei pelos olhos dela.
Mas não me indague a razão.
Da razão não falo, falo dos olhos puxados.
Pois o que menos vejo é vazio naquele olhar.

Neles eu vejo sinceridade e o que há de melhor em mim,
A minha alegria e a minha honestidade.
E esqueço-me da política e do cotidiano.
Pois quando ela sorri, os seus olhos também sorriem
E é como tudo também sorrise.
E todo mundo e todas as coisas se tornam perfeitas,
Cada qual com seu defeito.
Pois sem falha não há perfeição.

Nos olhos dela eu vejo o início e o meio,
O fim e o começo numa ordem transversa.
É como se eu terminasse e logo após começasse
Ali naqueles olhos puxados.
Tudo sem explicação.

domingo, 21 de março de 2010

Seria injustiça?

Seria injustiça por meu sono em primeiro plano?
Pois bem,
O meu sono é como a justiça.
E como tenho tido insônia!

Nesse caso não há intermediários.
Eu advogo em minha causa.
Tenho perdido causas importantes,
Passado noites em claro.
Meu sono está de recesso.

Mas às vezes tenho vitórias e até mesmo sonhos.
Acontecem em uma noite black-tie,
Em uma noite engravatada.
Mas eu tenho tido noites-pobres;
Noites-desavergonhadas; noites-populares.
Noites comuns à maioria.
Pois a justiça é como meu sono.
E como tenho tido insônia!

sábado, 6 de março de 2010

Mundo Convencional

Há quem chore de tristeza.
Há quem chore de alegria.
Eu chorei de raiva.

Mundo convencional, corriqueiras evidências.
Hoje eu não almocei, mas me cobram pontualidade.
Mundo convencional, eu chorei de raiva.

Marcas de unha na palma da minha mão.
Pois nosso rateio garante a qualidade da vida,
Da boa-vida dos nossos carrascos.

Guilhotinam o montante para nossa miséria.
E hoje nem jantei, mas me cobram honestidade.
Mundo convencional, eu chorei de raiva.

Pois pago o terno do meu assassino.
E hoje eu não acordei, mas me cobram mensalidades.
Mundo convencional, eu chorei de raiva.