terça-feira, 20 de julho de 2010

Eu não quero ser egoísta

O Cardesir abre uma exceção de postagem no recesso pois o que eu vi eu preciso socializar.

Na noite anterior havia assistido na TV aberta uma reportagem sobre a burocracia na adoção de crianças no Brasil e o insistente impedimento-preconceito de adoção de crianças por casais homossexuais. Com essas informações chegamos ao foco do assunto do qual quero tratar. Desculpem-me se alguns não enxergam a poesia através disto. 
Disto: A necessidade do ambiente familiar.
Esta análise é de alguém que mesmo sendo ainda um pouco preconceituoso e sem medo de admitir, tenta buscar melhorias para a sociedade.
Saiba que o número de casais heterossexuais que querem adotar crianças é superior ao número de crianças que necessitam de adoção. O problema está na exigência destes pais em potencial. A maioria busca filhos com a mesma cor da pele e com idade abaixo dos três anos.
“Pais” que tem à sua disposição a oportunidade de conceber uma “família” e a desperdiçam por caprichos e preconceitos. Abordagem esta que serve como base ao que quero levar às suas reflexões.
Em contrapartida estão os casais homossexuais que tem um “declarado” impedimento na adoção de crianças. Os argumentos estão mais do que decorados: do ponto de vista padrão-político os homossexuais ainda não podem obter certidão oficial de casamento dentro do país.
Do ponto de vista retrógrado-religioso a criança necessita de uma visão paterna e materna na sua configuração caseira. E na visão religiosa só esta junção de pai e mãe constitui “família”, o que em tal ponto de vista desqualifica tais casais.
Esqueçamos a opção sexual e levemos em conta a educação, a possibilidade de transmitir carinho e atenção, a capacidade psicológica do candidato na criação, na  transmissão de valores justos e dignos e a capacidade financeira para conduzir um lar.
Aproveitemos e esqueçamos neste caso este conceito retrógrado de “família” e busquemos a formação de um lar digno para nossas crianças.
Elas são o futuro e apesar de sermos uma geração condenada ainda podemos salvar a geração futura. Condenada pois não temos um convívio político de que possamos nos orgulhar, mas o que mudará isso será a educação - cura todos os problemas. Não curemos as conseqüências, mas sanemos as causas.
Enfim me digam, se milhares de crianças tornam-se adolescentes e formam-se adultos em abrigos e orfanatos quando não em reformatórios onde está a visão paterna e materna dentro destes lugares? Porque não permitir dignidade de um lar para essas crianças?
Nosso preconceito evolui tanto que passamos a ser egoístas com direitos que não nos pertencem.
ps: Abraço a todos, e de volta ao recesso.
Nos vemos em meados de agosto.

Um comentário:

  1. A instituição familiar está muito além da figura pai-mãe. Na prática não são apenas eles que dão carinho, amor e afeto. Muito bom o texto (:

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Muito obrigado pela iniciativa de comenter aqui no blog.
Normalmente eu posto aos sábados.
Abraço e volte sempre que desejar.

Tércio Moreira